A uva da amazônia

25/02/2014 15:24

Mapati ou uva da amazônia, fruteira amazônica de potencial econômico, mas com cultivo inexpressivo.

É uma fruteira que produz cachos de frutos muito parecidos com os das uvas, possui fácil propagação, crescimento rápido e rusticidade contra pragas e doenças.

 

NOMENCLATURA DA ESPÉCIE

Nome científico – Pourouma cecropiifolia Mart.

Sinonímias - Pourouma edulis Dufr., Pourouma multifida Trécul, Pourouma sapida H. Karst. e Pourouma uvifera Rusby.

Família – Urticaceae.

Nomes vulgares – mapati (nome vulgar mais utilizado), uva-da-Amazônia, imbaúba-mansa e uva-da-mata.

Origem – Amazônia Ocidental.

Distribuição – Colômbia, Peru, Bolívia e Brasil (Estados do Acre, Amazonas e cultivada em alguns municípios do Estado Pará).

CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS

ÁRVORE – O mapatizeiro é uma fruteira porte médio, nativa da floresta de terra firme da Amazônia Ocidental, podendo atingir até 15 metros de altura no hábitat natural. Possui caule cilíndrico, ritodoma (casca) áspero, coloração cinza e com cicatrizes provenientes das quedas das bainhas das folhas. A copa é ampla, espalhadas, com folhagens abundantes e caducifólias, sendo muito ramificada em áreas abertas. É considerada uma espécie de fácil propagação por sementes, além de tolerar latossolos amarelos ácidos de baixa fertilidade, no entanto o crescimento do mapati nessas condições é limitado, todavia em cultivos manejados, apresenta rusticidade contra pragas, doenças e precocidade na produção de frutos (a partir dos 3 anos de idade), considerando ainda, bom porte e boa produtividade. Em decorrência disso, seu cultivo pode ser sugerido em pequenos pomares, sistemas agroecológicos e na recuperação de áreas degradadas. Além dos frutos, a seiva extraída dos brotos foliares do mapatizeiro, é usado na medicina tradicional no combate as enfermidades dos olhos, ou ainda como planta ornamental (Figura 1).

Figura 1. Hábito de crescimento do mapatizeiro.

FOLHAS – São simples, espiraladas, grandes, pecíolos alongados, e com disposições alternas. A lâmina foliar é palmada, sendo dividida entre 9 e 11 lobos, sendo estesconstituídos de margem inteira, superfície lisa e coloração verde na superior e, cinza-claro e presença de nervuras proeminentes na face inferior (Figura 2).

Figura 2. Detalhe da folha do mapatizeiro.

INFLORESCÊNCIA – São formadas nas axilas das folhas, tipo panículas vistosas com flores pequenas, dioicas (plantas com flores unissexuadas, masculinas e femininas, separadas em indivíduos diferentes) e coloração marrom-escuro. As flores masculinas são pequenas, numerosas e constituídas por 4 sépalas separadas e 4 ou mais minúsculos estames. As flores femininas possuem sépalas inteiras, ovário súpero, estilete terminal e 1 (um) estigma.

FRUTOS - São drupas formadas em infrutescências semelhantes aos cachos das uvas, no entanto, são bastantes perecíveis após a amadurecimento; possuem formas globosas a subglobosas, medindo 2-2,3cm de comprimento por 1,5-2,3cm de diâmetro, e pesando em média 13 gramas; o epicarpo (casca) é fino, superfície áspera, fibrosa, coloração violeta-escura quando maduro, e com grande quantidade dos pigmentos antocianinas. O mesocarpo (polpa) com rendimento ±55% do total do fruto é constituído por ±80% de água, possui consistência gelatinosa, suculenta, pouco fibrosa e sabor agradável, sendo levemente adocicado e encerrando boas quantidades de carboidratos, fibras e minerais como cálcio, fósforo e potássio. Esses frutos são consumidos basicamente na forma in natura, logo após a coleta, no entanto, apresenta potencial para preparação de doces, frutas em caldas e desidratadas, geleias, sucos e bebidas fermentadas. A maturação dos frutos nos cachos, ocorrem 4 meses após a polinização (Figuras 3 e 4).

Figura 3. Detalhe da infrutescência com frutos maduros do mapati.

Figura 4. Frutos inteiros e descerrados nas formas transversais e longitudinais.

SEMENTE – Apenas uma por fruto, possui forma triangular, tegumento lenhoso, porém fino e, superfície estriada de coloração marrom-claro; o endosperma (amêndoa) apresenta coloração arroxeada, sendo constituído ±25% do total do fruto. Essas sementes são recalcitrantes e perdem a viabilidade rapidamente, devendo ser colocadas para germinar logo após das retiradas dos frutos.

 

 

Fonte: Frutas Nativas da Amazônia